06 abril 2009

da escada, o mar


As duas desciam rapidamente as escadas feitas de pedras, terra de um marrom escuro e pequenas gramíneas. 
Uma delas vascilou entre um degrau e outro. Sabia que não estavam indo no sentido correto.
No final (ou no início) não havia nada além de areia: prefácio de um mar razo, claro, sem sal..
Sentia que a qualquer momento aquele quase lago mostraria sua ira sobrehumana e aí seria tarde demais para procurar qualquer saída. Os degraus eram muitos para proporcionar uma fuga ligeira.
Mas era isso o que ele queria.
Pensava que havia sido muito ingênua em se deixar levar por um pedido póstumo do amante de sua irmã. Em vez de ajudá-la, estaria levando-a para o fim de sua linha tenra que poderia, porém, significar o reencontro com o desconhecido mais recorrente de suas lembranças amorosas. 

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