20 maio 2009

vício torpe

Eu dava tapas pra ver se ela deixava de voltar, mas ela sempre no dia seguinte me ligava dizendo que queria me ver. E cada vez que vinha recebia estapadas em lugares diferentes, umas homéricas outras mais leves, com dó, até esgotar as chances de despertá-la de seu vício comportamental, cegueira torpe de si. 
Dentre as incomepetências que a contaminavam, a simples incerteza lhe limitava sentir e expressar amor ou qualquer sentimento humano menos importante.
Assumir provocava-lhe consumo de suas propriedades humanas construídas envoltas de bolha suja de sabão cremoso. 
Um dia resolveu não voltar. Sumiu da minha fúria. E meu desejo também se foi. 

Um comentário:

  1. Uuuuhuuu Luíza!
    Amei o blog. Seus textos são profundos, muito bem escritos.
    Parabéns!

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