Me disseram: "Você deve ter facilidade pra escrever de maneira poética". Não foi a primeira pessoa que adjetivava assim a minha escrita.
Engraçado que nunca a vi assim e ainda não vejo.
Depois dos comentários fui perceber que realmente o caminho mais fácil pra mim são as metáforas, talvez por desde quando comecei a escrever (infância, adolescência) tentava esconder e botar em códigos o que escrevia, pra ninguém entender, porque meus sentimentos (sempre intensos) eram secretos >> achava que ninguém sentia daquele jeito.
Depois da necessidade (tenho um professor que diz que a criatividade só existe devido à necessidade) virou jeito legal e fácil de escrever.
Quando conheci o conceito de procedimento metafórico do corpo (desenvolvido pela estudiosa de corpo e dança, Lenira Rengel, atualmente professora da UFBA) comecei a pensar se esse estilo veio por uma facilidade de perceber meu corpo como uma coisa viva e que se mexe o tempo todo. Sempre tive problemas com a cristalização diária, a restrição de movimentos que acabam nos alienando. Das experiências corporais a que me permitia, podem ter vindo a facilidade em conectá-las com conceitos abstratos.
Vou tentar escrever mais objetivamente. Mas também vou tentar aprofundar este aspecto poético, metafórico. Quem sabe um dia consiga uni-los e isso também vire dança.
De dança não entendo: só admiro.
ResponderExcluirDe palavra escrita eu arrisco uns palpites! Suas metáforas são literais a ponto de sentirmos o que vc quer dizer. Vc escreve na medida certa. Cuidado com a objetividade. Nem tudo que é literal é útil [ou interessante].
Beijos!