Pelo que venho entendendo das minhas leituras, que já foram várias de uma mesma linha rsrs (o livro parece um palimpsesto, que sempre que repito há algum entendimento novo que me havia escapado da leitura anterior) a teoria que elas propõe [no final do livro há um artigo intitulado "Por uma teoria do corpomídia" escrito pelas duas autoras] é a de um corpo encarado como processo de comiunicação em que há diálogos contínuos dele com o ambiente, entre biologia e cultura. Há uma percepção do corpo em movimento, não a coisa em si, como um objeto, mas o movimento, o processo pelo qual passa ininterruptamente.
Mas “como se dá o trânsito entre as informações do mundo e as informações do corpo?" perguntam elas no artigo “corpo e processos de comunicação”, escrito antes de ser publicado o livro, mas já na mesma linha de procura e descobertas. Trânsito vira uma palavra e ambiente importante para as buscas de quem não quer fazer ciência de objetos estáticos, mas de coisas vivas que se transformam no espaço e no tempo.
Como na frase escrita por Bauman, que elas deixam como parte do resumo do artigo, que coloca que para entender é preciso fazer um caminho diferente dos que estudam anatomias estáticas, em vez de estudá-las vivas, em movimento. >> “O que cabe à construção de epistemologias senão falar a nós o que não estava audível? Para consegui-lo devem se constituir de modo diferenciado ao das borboletas, “que não sobrevivem ao momento em que um alfinete lhes atravessa o corpo”.
Um livro que dá bastante pano pra manga, tanto para artistas cênicos como para quem se interessa por entender a fisicalidade e subjetividade concomitantes na existência.
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