Hoje tive uma surpresa ao abrir minha caixa de e-mails. Um gajo simpático que já o chamo de amigo, o Cleyton Boson, escreveu o poema aí de baixo, disse que lembrando da minha alegria que aqui em sampa é passageira, mas sempre retorna.
Lendo, consigo ouvir o sotaque goiano. O enfrentamento das bases instáveis da metrópole e de qualquer que seja o lugar de um migrante, viraram aventura fofa pela cadência e trágica pelo destino que tomam os acontecimentos.
Lendo, consigo ouvir o sotaque goiano. O enfrentamento das bases instáveis da metrópole e de qualquer que seja o lugar de um migrante, viraram aventura fofa pela cadência e trágica pelo destino que tomam os acontecimentos.
Na cidade de São Paulo
a velocidade desenha as pessoas:
seu rosto lembra outro rosto que não sei lembrar.
Cupido é atropelado nos sinais de trânsito
ou despenca dos arranha-céus se esfacelando na multidão.
Despejado por não ter avalista,
o Amor mora de favores nas transmissões via satélite.
Na galeria paulistana,
A velocidade inventa a felicidade
em desvarios de concreto, vidro e credit cards.
Ela passeia na Paulista envergando um Giorgio Armani
e faz programa de televisão entrevistando celebridades que vão morrer no anonimato.
Na grande São Paulo,
O torvelinho metropolitano
elabora um novo tédio,
que estrangula a novidade segundos depois dela ter nascido.
(Velocidade, Cleyton Boson)