É muito bom estar perto de alguém feita de entusiasmo.
Ela transbordava vida, ria e cantava, e também brigava, porque ela era cheia de opinião, com algumas eu concordava. Ela sabia ler sinais da vida, na lista telefônica, na televisão, qualquer lugar era lugar para se encontrar com o seu Deus, que lhe sussurrava soluções para os contratempos do dia-a-dia. Ela era generosa, se deixava sentir apaixonada por pequenas coisas, o que a fazia ficar bem pertinho de todo tipo de arte, do canto, da música, gostava de dizer que um dia eu ia escrever um livro. Ainda vou escrever, tia, e vou dedicá-lo a você.
Que bom que fui sobrinha-neta da minha tia Chiquinha. Desta tarde em diante não vou mais conseguir ouvir sua voz. Já estou com saudade, mas feliz por ter sido tocada pelo entusiasmo dela, que me incentivou a seguir tendo sonhos distantes, que ficavam cada vez mais próximos e se transformavam, viraram outros sonhos, e me mantém viva.
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