(Jesús Martin-Barbero em palestra na PUC, em 2003)
06 dezembro 2010
01 dezembro 2010
carta
(se fosse escrever uma cartinha pra família ontem, era isso o que teria escrito)
Queria dizer que foi tudo mto bem hj na facul. A apresentação foi tranquila, uma professora deu uns toques legais, mas o mais gostoso de tudo foi a sensação de ter amigos naquele curso. A tchurminha formou uma plateia simpática, sorrindo e desejando que todo mundo se desse muito bem. Não precisei nem de mãe, nem de pai, nem de nada doce pra me acompanhar a insegurança. Desde o abraço de oi, o aconchego de perguntas sobre citações na ABNT, de olhares cansados e à vontade ao chão, alternando o uso da tomada. Não tinha sensação de competição que fosse mais relevante que aquele calorzinho de solidariedade que de repente surgiu entre as pessoas daquela turma que conseguiu amansar um auditório e algumas dúvidas, querendo compartilhar alguma alegria tímida de estar fazendo o que gosta apesar disso significar às vezes, invariavelmente, esperar muito.
Um privilégio!
15 novembro 2010
"quando briga passa dias lamentando o episódio"
"Por que você deseja se superar continuamente? Por que rejeita os atritos? Por que insiste tanto em agradar?", indagava a analista. "Será que você não tem um lado sombrio? E, se tem, por que hesita em mostrá-lo?" Fernando saía arrastado do consultório. Quer dizer que a prepotência pode se travestir de eficácia e simpatia? A resposta ainda hoje o surpreende.
trecho de entrevista com Fernando Meirelles publicada na revista Bravo! (nov, 2010)
Por Armando Antenore
17 outubro 2010
quando os dentes se encaixam
Como se a pressão entre as arcadas superior e inferior fosse resolver alguma coisa, não importa chocolate, maçã, soja, sorvete. A necessidade é de me pressionar, de condizer com a mesma sensação sobre mim, apesar de não existente personificado em alguma coisa específica ela existe, esse material que é abstrato, pessoal. Objetivistas não conseguem enxergar ou a acham óbvia. Subjetivistas não estão nem aí. Sem o privilégio de ter nascido nem um nem outro, vivo a sujeição intensa que acabam nos dentes, na articulação têmporo-mandibular.
13 outubro 2010
em você, em mim
Trilha sonora: "Fidelity" (Regina Spektor)
Confeccionado por mim. Inspirado e dedicado a K.A.
30 setembro 2010
28 setembro 2010
26 setembro 2010
enxurrada
Água. Muita água jorrando, se esparramando e tomando conta dos tornozelos, joelhos, quadris, bocas. Isso no final, porque começou com cheiro de mofo, cadeiras de plástico que escorregavam no chão de azulejo, colocadas em frente a um palco marrom, de madeira arranhada. Muitos corpos ocuparam o opereto de maneira previsível, vestidos previsivelmente e aplaudidos como havia de ser. A beleza se vestiu com blusa e calças largas, sandálias e bolsa transpassada, era um homem comum novamente, previsivelmente seguro, de perto engordado, com algum problema por de dentro, um problema grave. Minha pergunta foi respondida sinceramente com os olhos, a boca sorriu ironicamente e, como de rigor, respondeu com língua afiada alguma barbárie. Retrucava indiretamente, mas dizia que tudo estava bem, como havia de ser. Depois das palavras o ruído vinha das águas jorrando, jorrando e tomando conta do lugar e dos meus dedos, dos meus olhos, da roupa dele e do mau-humor que o vinha constituindo. Água que era conseqüência, mas queria pressentir que, logo em seguida, provocaria outra enxurrada de barbáries ambíguas, paralisantes.
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