08 maio 2012

que saudade imensa do campo (grande) e do mato (grosso do sul).
nostalgia que me pegou de jeito.

30 abril 2012

Quando entendeu que as respirações não eram, definitivamente, consoantes quis virar sangue pra dissolver entre as pregas da blusa dele. Virou mancha.

17 março 2012

fome de necessidade

"(...) o que significa 'hoje improvisar' como um gesto cênico, quando historicamente 'improvisar' começou como uma prática emancipatória e acabou sendo uma ferramenta para criar (uma) linguagem com a qual se identificar e significar? Podemos diferenciar entre 'estilo' (entendendo esta como formas de identidade para a conquista de sistemas pré-existentes) e 'aventura' sensível de abrir o corpo? Como sensibilizar o corpo para fazer desta aventura uma conquista de sua própria vulnerabilidade? Como abandonar os vícios de interpretação para a experiência interpelativa? Como nos movermos a partir e com o que nos 'inquieta'?" 
(Paz Rojo/lote #1 - "yes we can not")

13 março 2012

não me diga adeus


Não Me Diga Adeus (Aracy de Almeida) by Sheila Ribeiro e Núcleo do Dirceu from dona orpheline on Vimeo.

lugar pra ficar em pé - carnaval mental, precariedade erótica

13 fevereiro 2012

a origem vertiginosa

Nossa literatura, articulando-se com o Barroco, não teve infância (in-fans, o que não fala). Não teve origem ‘simples’. Nunca foi in-forme. Já ‘nasceu’ adulta, formada, no plano dos valores estéticos, falando o código mais elaborado da época. Nele, no movimento de seus ‘signos em rotação’, inscreveu-se desde logo, singularizando-se como ‘diferença’. O movimento da diferença (Derrida) produz-se desde sempre: não depende da ‘encarnação’ datada de um LOGOS auroral, que decida da questão da origem como um sol num sistema heliocêntrico. Assim, também a maturidade formal (e crítica) da contribuição gregoriana para a nossa literatura não fica na dependência do ciclo sazonal cronologicamente proposto pela Formação. Nossa ‘origem’ literária, portanto, não foi pontual, nem ‘simples’ (numa acepção organicista, genético-embrionária). Foi ‘vertiginosa’, para falar agora como Walter Benjamin, quando retoma a palavra Ursprung em seu sentido etimológico, que envolve a noção de ‘salto’, de ‘transformação’.”

O sequestro do Barroco na Formação da literatura brasileira: o caso Gregório de Matos
(Haroldo de Campos, 1986 - edição 2011, p. 67)

27 janeiro 2012

francisquito

É certo que tenho mania de traçar conexões entre qualquer coisa que me aconteça, mas tem momentos em que elas simplesmente aparecem.
Assim foi com o Francisquito, vendido na padaria Pan Frigo (sim, estou falando desde o Brasil, ni de la frontera son, hacen parte de una ciudad peculiar del pais, Cuiabá, por hacer parte hace muchos y muchos años de la historia de explotación de oro de los portugueses, paulistas y españoles que influenciaron, además de la cultura colonial, el idioma y la manera de ser). 
Presente da madrinha que pesou 222 gramas na mala, custou R$6,66 e vence no dia 02/02/2012.
Que seja boa sorte!



19 janeiro 2012

chama

Sim, sim, eu sempre estive certa.
Entrar nesse buraco da minha pele seria mesmo entrar em buraco sem fundo, sem fundo, com bifurcações e nenhum sentido, com sentido, mas nenhum que me sacia e que demanda sempre mais e mais atenção e nenhuma companhia além do meu próprio umbigo. Era isso, era esse o meu terror, o meu desejo, a minha lascívia. E agora que a ferida está aberta, e agora que o entorno está esvaziado do vazio de que eu preciso, minha pele está pronta pra virar fogo e se transformar em chamas.
Alguém me chama. Alguém me chama?