15 outubro 2009

vai saber?

depois do e-mail que recebi nesta madrugada, essa música começou a fazer muito sentido..

Não vá pensando que determinou
Sobre o que só o amor pode saber
Só porque disse que não me quer
Não quer dizer que não vá querer
Pois tudo o que se sabe do amor
É que ele gosta muito de mudar
E pode aparecer onde ninguém ousaria supor (...)

("Vai Saber?" - Composição: Adriana Calcanhotto/Interpretação: Marisa Monte)

14 outubro 2009

detetives do rio

ficou finalmente prontinho o vídeo da monografia da minha irmã :]
detetives do rio foi uma ilustração do projeto de pesquisa em educação ambiental que ela realizou no ano passado com crianças brasileiras e bolivianas integrantes do moinho cultural sul-americano (que oferece aulas de artes gratuitamente)
o resto ele fala por si.
as músicas são do grupo "palavra cantada", do álbum "pé com pé" >> o qual ainda sou apaixonada! (o conheci em 2007)
abaixo, vai ele inteirinho.

07 outubro 2009

devastava e fortalecia


"Esse vento chamado Pina Bausch mudou a paisagem do mundo com uma dança que demonstrava que as histórias individuais são sempre compartilhadas. (...)
A brutalidade do estancamento de sua sabedoria nos deixa órfãos de uma leitura de mundo que nos devastava e, ao mesmo tempo, nos fortalecia. Precisamos agora aprender a viver com essa tristeza para, mais adiante, descobrir o que poderá dela brotar."

A frase de Helena Katz - retirada de crítica sobre a temporada da Thanztheater Wuppertal no Brasil (parte usada no título do post) - me chamou pra escrever sobre minha vivência de duas semanas atrás.

Eram dois táxis apertados de sul-mato-grossenses à caminho do Teatro Alfa (SP) por um mesmo motivo: Pina Bausch.
Pela primeira vez ia ver de perto o que era pra mim quase um mito, inalcançável, que só via em vídeos do youtube e ouvia pessoas retratarem a experiência do encontro (alguns eram autoridades no assunto dança) sempre com ótimas referências. Uma unanimidade.
Essa foi a palavra que definia o fato de o Teatro ficar lotado de pessoas que a admiravam durante os cinco dias de apresentação, com ingressos esgotados com alguns meses de antecipação (cerca de 10.000 pessoas). E unanimidade é algo dificil de alcançar quando se trata de dança contemporânea.
Quando "Café Muller" começou - acredito que a obra mais divulgada da Cia - não conseguia relaxar e fruir o momento, a minha relação com a obra que acontecia. Ficava atenta ao que ela representava pra mim, minhas referências anteriores, ao que li das críticas ao seu trabalho..até que por um momento eu esqueci! (e esquecer aqui, significa experienciar)
A personagem de sapatos vermelhos entrou no palco, em ritmo acelerado e leve e aquilo me despertou pro momento presente.
No intervalo me pousei intacta sobre a cadeira digerindo o que havia presenciado. A segunda apresentação teve sabores ainda da primeira e a confusão de aromas me deixou um pouco indigesta. Foram momentos em que pude sentir o quanto o espectador não é passivo >> criava sentidos a todo momento e eram movimentos vigorosos de buscar um entedimento em conexões com minhas experiências anteriores.
Ainda estou digerindo e dançando (nos ensaios) tudo o que vivi naquelas 3h.
Foi a primeira vez que a Cia fazia uma temporada sem sua diretora.
Pina Bausch não estava presente em vida, mas em obra.

Pra conferir a crítica na íntegra clique aqui.

28 setembro 2009

muerta de hambre


"mi cuerpo es mi discurso. Espero que alguien me entienda"
trecho do livro da Fernanda Garcia Lao inteirinho na internet.
Continuando a sessão netbooks clique aqui pra acessar.

22 setembro 2009

poético metafórico

Me disseram: "Você deve ter facilidade pra escrever de maneira poética". Não foi a primeira pessoa que adjetivava assim a minha escrita.
Engraçado que nunca a vi assim e ainda não vejo.
Depois dos comentários fui perceber que realmente o caminho mais fácil pra mim são as metáforas, talvez por desde quando comecei a escrever (infância, adolescência) tentava esconder e botar em códigos o que escrevia, pra ninguém entender, porque meus sentimentos (sempre intensos) eram secretos >> achava que ninguém sentia daquele jeito.
Depois da necessidade (tenho um professor que diz que a criatividade só existe devido à necessidade) virou jeito legal e fácil de escrever.
Quando conheci o conceito de procedimento metafórico do corpo (desenvolvido pela estudiosa de corpo e dança, Lenira Rengel, atualmente professora da UFBA) comecei a pensar se esse estilo veio por uma facilidade de perceber meu corpo como uma coisa viva e que se mexe o tempo todo. Sempre tive problemas com a cristalização diária, a restrição de movimentos que acabam nos alienando. Das experiências corporais a que me permitia, podem ter vindo a facilidade em conectá-las com conceitos abstratos.
Vou tentar escrever mais objetivamente. Mas também vou tentar aprofundar este aspecto poético, metafórico. Quem sabe um dia consiga uni-los e isso também vire dança.

mapas descobertos

De repente tufões de mapas descobertos, começaram a fazer parte das minhas preocupações..Talvez porque esteja encontrando caminhos para entendê-los.

17 setembro 2009

sobre o livro "o corpo"

Pelo que venho entendendo das minhas leituras, que já foram várias de uma mesma linha rsrs (o livro parece um palimpsesto, que sempre que repito há algum entendimento novo que me havia escapado da leitura anterior) a teoria que elas propõe [no final do livro há um artigo intitulado "Por uma teoria do corpomídia" escrito pelas duas autoras] é a de um corpo encarado como processo de comiunicação em que há diálogos contínuos dele com o ambiente, entre biologia e cultura. Há uma percepção do corpo em movimento, não a coisa em si, como um objeto, mas o movimento, o processo pelo qual passa ininterruptamente.

Mas “como se dá o trânsito entre as informações do mundo e as informações do corpo?" perguntam elas no artigo “corpo e processos de comunicação”, escrito antes de ser publicado o livro, mas já na mesma linha de procura e descobertas. Trânsito vira uma palavra e ambiente importante para as buscas de quem não quer fazer ciência de objetos estáticos, mas de coisas vivas que se transformam no espaço e no tempo.

Como na frase escrita por Bauman, que elas deixam como parte do resumo do artigo, que coloca que para entender é preciso fazer um caminho diferente dos que estudam anatomias estáticas, em vez de estudá-las vivas, em movimento. >> “O que cabe à construção de epistemologias senão falar a nós o que não estava audível? Para consegui-lo devem se constituir de modo diferenciado ao das borboletas, “que não sobrevivem ao momento em que um alfinete lhes atravessa o corpo”.

Um livro que dá bastante pano pra manga, tanto para artistas cênicos como para quem se interessa por entender a fisicalidade e subjetividade concomitantes na existência.

16 setembro 2009

o corpo


Mais um livro na prateleira:
Encontrei o link do livro da Christine Greiner em que faz repassos históricos de concepção e conhecimento sobre o corpo humano, caminhando rumo à argumentação sobre a teoria que cria em conjunto com a filósofa pesquisadora de corpo Helena Katz, a teoria do corpomídia. O conjunto da obra indica pistas para estudos indisicplinares.
Clicando aqui, você pode ter acesso ao livro completo.